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Tuesday, January 27, 2009

Interiores casas, Casas de anteriores...

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Satolep deixa sempre em aberto um ir-se, uma evasão da densidade ("Estamos como o pátio, perdendo as marcas de umidade"*)...

Mas nunca consegue-se fugir de Satolep, da cidade das imagens internas, das ruas, ladrilhos, azulejos e cacos, que são, também, os restos de memórias que vamos deixando pelo caminho... mas que sempre retornam com o vento, o vento forte do Sul.

Esse vento-chama que acende o que é mais longínquo em nós. Luzes de outros junhos...

Retorno. Sentir, despir o olhar das certezas. A terra dos primeiros vestidos vista sob novos ângulos... Um outro...

"Eu quisera me confrontar com as coisas para afirmar a minha perenidade. Elas, aos poucos, afirmavam o que havia de concreto em mim".

Mas se outros concretos, a realidade geométrica do mundo, as casas externas, estes estão fadados ao tempo do desaparecimento... já as lembranças, essas casas internas, casas de anteriores, tratam de uma temporalidade outra...

"Minha mão já estava posta na mala. Meu corpo decidira voltar".

Satolep caminha junto, para onde te moves. Mesmo que tua medalha, como em Gonzaguinha, seja a lama dos sapatos que carregas.

E é por estes descaminhos que, a cada novo dia, amanheço em Satolep.

Satolep jamais passará.

Satolep jamais desaparecerá em mim.

"Eu, que saíra pelo mundo atrás de todas as coisas"... eu era sempre um outro alguém.


*todas aspas são trechos que me inspiram na leitura de Satolep, de Vitor Ramil. Ed. Cosac Naify.



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4 comments:

  1. Me hospedei em satolep, pro engano do corpo, ela nos passou, voltei pra minha terra e ela ainda não me saiu.
    tuas palavras-horizontes me carregram num átimo pros descaminhos daí, chão de alguma saudade nem tão distante assim. bonito teu amor!sentimento que aproxima...
    um presente pra vcs: http://danielapatriciads.blogspot.com/2009/01/do-descabimento-em-tempos-recentes-toda.html

    bjo

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  2. Me hospedei em satolep, pro engano do corpo, ela nos passou, voltei pra minha terra e ela ainda não me saiu.
    tuas palavras-horizontes me carregram num átimo pros descaminhos daí, chão de alguma saudade nem tão distante assim. bonito teu amor!sentimento que aproxima...
    um presente pra vcs: http://danielapatriciads.blogspot.com/2009/01/do-descabimento-em-tempos-recentes-toda.html

    bjo

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  3. Passei por aqui e levo agora uma vontade maior ainda de ler Satolep... Saudade das nossas "cartografadas" por aqui... :****

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