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Monday, October 30, 2006

Clandestina



Tem momentos que abruptamente as coisas tocam, e, zum, levam a milhares de outros universos. Em face da movimentação das "Interações Urbanas" que estão ocorrendo em Pelotas / Rs, acabei procurando mais informações sobre o grupo / coletivo paulista BijaRi, e cheguei a encontrar milhares de coisas interessantes a partir desta procura. Este site (clandestina.com) encontrei em meio a estas buscas desenfreadas. Algumas imagens ('dreams') eu adorei, dai resolvi colocar por aqui. Se por acaso houver um maior interesse, via encantamento, acessem:



* Numa próxima: Fotos da Intervenção "Ocupe o Vazio", feita em Pelotas / RS, pelo Coletivo BijaRi.

Wednesday, October 25, 2006

Seu Gabriel

Tudo fruto de sonhos,daqueles que se tem ao dormir, mas que se vive, materializando - os em cada pedaço de existência... Assim encontro novamente Seu Gabriel, este coletor onírico que fez a sua Casa da Flor. Apresento imagens da sua obra-vida, mas convido à espiada no site http://www.casadaflor.org.br/ , para vislumbrarem muito mais do que imagens...



"Esta casa não é uma casa,
isto é uma história,
é uma história porque foi feita
por pensamento e sonho"
(Seu Gabriel)

Tuesday, October 24, 2006

Deixa Dizer

Cadernos de jorros poéticos e visuais - Vol I

Naquele momento eu senti
que presisava de muito mais
ar do que minhas narinas
poderiam suportar
era como se me faltasse
espaço para entrar tamanha
quantidade por ora uma sensação
de sufocamento além velocidade
que eu poderia voar
era como se eu
adentrasse as estradas
fizesse parte delas
momentaneamente
eu me deslocava em
direção ao sol sim ele é
laranja ou cor de
mas sempre me doía
os olhos quando o encarava
bem de frente
aquele vento amenizava
o raio cego indo ao
encontro da imagem
que nunca vou esquecer
na ponte em um horário
não estabelecido pelos ponteiros
mas ao relento do acaso
o sol laranja ou cor de
é um híbrido
e se mistura com a cidade

Wednesday, October 11, 2006

POeSi[magem]A - poesia à margem

Para aqueles que porventura não conheçam Arthur Bispo do Rosário, ele é um artista brasileiro que foi 'descoberto' fazendo criações artísticas no interior de um hospício, a partir de resquícios materiais e instrumentos que lhe eram doados, e constituiu uma obra muito interessante tendo o bordado enquanto técnica, bem como o trabalho da palavra enquanto imagem (e da imagem como texto), num tom messiânico e visceral.
Há no país um prêmio homônimo, que contempla pessoas que estão criando nestes espaços de serviços relativos à saúde mental. Isso faz-me lembrar de um programa de rádio da Rádio Com de Pelotas/Rs, no qual os apresentadores são os usuários da Capes da cidade (este é o termo corrente, evitando a tendência pejorativa), que é fantástico!
Eu simplesmente amei as fotografias que foram premiadas, e selecionei algumas para que possam ser apreciadas...

"Retrato Programado"
Intervenção sobre foto p&b, de Maria Aparecida de Paula, usuária do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, Campinas, SP.


"Solidão"

de André Luiz Xavier, usuário do CAPS/Itapeva e membro da Associação Franco Basaglia, São Paulo, SP.


"A Descoberta"

de Marli Coelho Marques de Abreu, usuária do Ambulatório de Saúde Mental do Mandaqui, São Paulo, SP.

Tuesday, October 10, 2006

Não

Controladores de humor
sociedade perfeita
rouba-se tudo o que é humano
por um minuto de pílula da felicidade ideal.
A formalidade impera
e a cura tornou-se normalidade
a dor é a medida daquele que se nega a sentir
basta arriscá-la que dela se abstém...
(mortificação via anestesia)
Demasiadamente bombástica
a realidade de repetições discursivas
sim, este é o mundo "moderno",
espera-se as férias para poder viver paixões,
mas já não se tem tempo para sentir o que quer que seja,
qualquer coisa que "desestabilize"
o normalizante vício de não parar nunca,
ainda que não se chegue a lugar algum.
Esta ênfase ao movimento desenfreado,
esta pós-modernidade,
dicursinho banal
(foda-se)!
Sinto vontade de vomitar
frente ao novo império do novo,
que é tão conservadorquanto o tradicional o é...
Minha vontade é explodir o mundo,
está tão difícil viver nele.
Talvez seja melhor explodir-me
ante a tantos desajustes.
Nao,
eu não consigo concordar com o consenso.
Não,
eu não pretendo uma atitude conciliadora.
Não,
os meus princípios não vislumbram
uma epopéia simplória do "todo".

Primeiro ato de solidão.