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Sunday, April 13, 2008

Ninguém

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N'aquela noite em que pintava minhas unhas de azul foi que pensei no vão que havia entre o meu peito e o teu. E foi lembrando que não tinhas direito à memória de meus dias que pensei, sem sofreguidão, que quem me detinha nas horas da saudade não eras tu, mas o que eu tinha feito de ti. Como eu te criara. Disto sentia falta.
Mas agora te tornaste verbo, e despejas tuas palavras denotando (apenas) erudição. És apenas um vocábulo, uma palavra em gênero femino escrita n'algum papel amassado.

E eu te rasguei.


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