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Wednesday, June 13, 2007

Dos exploradores da Palavra


Seção última e íntima sobre um processo de arqueologia da pele


Musicando vestígios I


Intervenção visual no MALG. Saída pela sala – espaço muitas vezes mortuário, o museu – portando uma bicicleta. Desconcerto dos espectadores, que conversam o que jamais saberei. Gravura, espaço e tecedura de texturas. Vou tecendo através dos meus não-passos por (pneu de) bicicleta.

Pneu vazio vai me dando as margens deste percurso ao acaso: sinto pernas enrijecerem-se mediante a troca das texturas alternantes asfalto-pedra-calçada sinuosa. A cada troca, este movil trabalhando por princípios físicos me propõe novas experimentações de meu corpo e do espaço. Já não traço as ruas pelos seus vulgares referenciais (universidade, farmácia, bar), na verdade seus usos foram negligenciados, este é um percurso dos afetos potencializados pela matéria.

Andei fazendo algumas gravuras pelo caminho... Mas delas não tenho vestígios.


Musicando vestígios I ½


Pode parecer ambígua a idéia de fazer gravuras imaginárias. Logo estas, que têm a necessidade da matéria (enquanto matriz, o pneu)...

Mas me detenho na gravura enquanto incisão. Incisão ao acaso daquilo que se desfaz sem ter sido: gravura imaginária como pequenas incisões imperceptíveis no asfalto.