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Thursday, March 27, 2008

Rascunho

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Aí estou, um rastro, um fio nebuloso que se estende pelas cidades nas quais me perco, uma fita que mal cintila a sua aparência, e que me põe a sorrir diante das vicissitudes da vida. Afinal, o sorriso transforma? Quais escombros ele desmente? Naquelas esquinas em que me encontrei perdida... Pois sempre perdida, com calça desbotada, uma espécie de hiato temporal entre o chão leve, vermelho, e os passos que vão tecendo o asfalto.

Algo navalha a carne. Será pele? Será polis? Não, epifanias discursivas, enquanto me despeço de Platão, no mesmo instante em que ele se despede dos artistas...

Apenas perguntas vãs. Que arranjos me dispõem respostas? Nelas não me pertenço...

Estou sentada ao lado esquerdo do peito de um estranho.
Estranho, ainda assim é difícil me ver na imagem...
Estou sentada à esquerda.



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