Pages

Friday, November 24, 2006

Mandrágora

Daquelas tardes frias
de ópio enfileirando a poética
revisitando confins de memórias
rotos e amassados
senti pouco ou muito
de uma presença de ti
ainda não o sei.
Nos liames
foi que te percebi
em meio a lágrimas
e algumas ataduras do tempo
que se esvaem
naquela curvatura
entregue à passagem
das dobras, recheios ou desenlaces
do viver.
Pois não, alguma obra feita.
Paragens ou um sonho à espera
de quem (o) sonhe
Frituras do porvir
(Ah, quão entregue ao suor
que me aludes).
E depois,
dos lixos da vida
revestidos de brilhos
distâncias mínimas, quem sabe
ou uma aparência insuportável
a menos de dois passos
o vômito.
E lá onde bate a casca
a lágrima do tempo retorna (retoma)
por que cargas fede?

Ah, mandrágora memória
Deixe-me em paz

1 comment: