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Wednesday, November 22, 2006

Escritas e esboços

Meu primeiro esboço para a escrita: a sua auto-flexão. Não seria refleti-la, mas propor, com ela, a formação de novos mundos, desdobramentos. Para isto, utilizo-me de alguns referenciais, sendo tecidos principalmente a partir de afirmação encontrada em uma seção do Zaratustra de Nietzsche (2005), intitulada “do ler e escrever”; [...]

Compor sobretudo um desejo: tratar Nietzsche com a devida insubmissão (ou não limitação?) a seus escritos, como o estudante que abandona seu mestre e tenta escrever suas próprias linhas, tal qual o personagem-conceitual Zaratustra o quer, demonstrando que “um modelo não é uma prisão, ele convida a encontrar seu caminho e a manifestar sua ingratidão” (ONFRAY, 1995, p. 13), não tornando a sombra do mestre um espólio, ou fabricando um dublê de intelectual... Assim, procuro tratar a escrita neste pequeno escrito (desculpe-me a repetição) como algo ligado à vida, e sendo delineada conforme as experiências, escolhas e modos de existir. O escritor como um artífice da palavra, da palavra que fere, suscitando fluxos e devires, enfim, movimento e vida.

A primeira passagem: “De tudo o que se escreve, aprecio somente o que alguém escreve com seu próprio sangue. Escreve com sangue, e aprenderás que sangue é espírito” (NIETZSCHE, 2005, p. 66).

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