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Tuesday, October 10, 2006

Não

Controladores de humor
sociedade perfeita
rouba-se tudo o que é humano
por um minuto de pílula da felicidade ideal.
A formalidade impera
e a cura tornou-se normalidade
a dor é a medida daquele que se nega a sentir
basta arriscá-la que dela se abstém...
(mortificação via anestesia)
Demasiadamente bombástica
a realidade de repetições discursivas
sim, este é o mundo "moderno",
espera-se as férias para poder viver paixões,
mas já não se tem tempo para sentir o que quer que seja,
qualquer coisa que "desestabilize"
o normalizante vício de não parar nunca,
ainda que não se chegue a lugar algum.
Esta ênfase ao movimento desenfreado,
esta pós-modernidade,
dicursinho banal
(foda-se)!
Sinto vontade de vomitar
frente ao novo império do novo,
que é tão conservadorquanto o tradicional o é...
Minha vontade é explodir o mundo,
está tão difícil viver nele.
Talvez seja melhor explodir-me
ante a tantos desajustes.
Nao,
eu não consigo concordar com o consenso.
Não,
eu não pretendo uma atitude conciliadora.
Não,
os meus princípios não vislumbram
uma epopéia simplória do "todo".

Primeiro ato de solidão.

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