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Wednesday, June 11, 2008

Deve haver algum sentido em mim... *

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Passos se desfazem em meio a folhas secas, que tomam conta de um outono tardio. Colorações movidas pela decomposição: do dia, do verde, das intenções, das lembranças. O ferro mantém um pigmento natural, e sobre ele, passagens de sentidos múltiplos. Andei pensando que por frestas também se podia sonhar, eis que o vento chega e me sacode as inquietações... Passar uma noite acordada olhando para as ausências pode até comover. Mas percebi que na paisagem me perpasso, e também nas frestas encontro algum alento. Se em algum momento eu me vi refém de mim, sofrivelmente foi aquele não que, de modo inalterável, fez-me ver que, sim, ainda é possível sonhar. Olho além. E ainda vejo vida. Então...


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* Imersa em “Deve haver algum sentido em mim que basta”, da Companhia de Teatro Autônomo, do RJ.


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