Escrevendo pouco ou nada;
Vivendo, e constituindo-me de outras formas de escrita.
Escrita-olhar, escrita-lágrima.
Ainda hoje vi um pássaro na esquina
Que me contava poesias de desassossego...
– Onde termina teu corpo e começa o céu, dizia.
Esta visita-canção que me remete ao cálice,
Dor e lágrimas de fugas sem começo
Desencontro do frio e calor
Vazia.
Despertando entre o cume de paixões sem fim,
O que significa esta canção?
Um caminho, uma estrada, passos.
Eu, criança sem moradas,
Longe de todos,
Encontro em um rosto o amparo
Dos pássaros que voam,
E, vivos, sempre partem...
Mas a partida de já não estar ali
Não advém de desconsolos,
E é para além do céu
Que sempre dizem para tomar como verdadeiro.
Este canto não deseja dizer muita coisa...
Pretensões falíveis de mundos oníricos
De abraços, confortos sem armaduras,
Muros não mais escadas.
Finalmente decidida... Ainda que de pouco,
É para ti que está escrita esta canção.
Desejo, apenas.
Constituída de naus
De mares...
De movimento.
Oscilações e metamorfoses
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Onde está meu relógio?
Ah, me esqueci.
Ele se foi e só volta meia-noite, horário de Dodecaedro,
E de recomeçar:
Vivendo, e constituindo-me de outras formas de escrita.
Escrita-olhar, escrita-lágrima.
----___----___----___----___
Tudo isto é um erro.
Mas bem pode ser sincero.
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